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terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Cartaz nas urgências de obstetrícia do Hospital de Viseu

Este cartaz está exposto nas urgências de obstetrícia do Hospital de Viseu, nele estão enumeradas algumas vantagens e desvantagens da cesariana VS parto normal. É só clicar na imagem e esperar que ela apareça no seu tamanho original para poderem ler.
Queria acrescentar que no cartaz aparece a episiotomia e se sub-entende que ela é praticada por sistema, no entanto, a episiotomia realizada por sistema vai contra as recomendações da OMS para o atendimento ao parto normal. Existem exercícios que se podem fazer ao períneo para promover a sua elasticidade a partir da 34º semana de gestação, podem ler mais aqui. É claro que por si só não evita a laceração ou a episiotomia mas em conjunto com uma posição mais verticalizada no momento de parir e umas mãos sábias que protegem o períneo pode ser a diferença entre sofrer uma episiotomia e ficar com o períneo intacto.

Obrigada T. pelo envio da foto :)

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Estudo de 2006 destacado pelo ICAN (International Cesarean Awareness Network, Inc.)

Este estudo foi destacado pelo ICAN como sendo um dos 15 principais estudos feitos em 2006 sobre cesarianas.

Risco de Ruptura uterina durante o trabalho de parto em mulheres com uma ou mais cesarianas anteriores. (Risk of uterine rupture with a trial of labor in women with multiple and single prior cesarean delivery. Landon, et al., Obstetrics and Gynecology July 2006; 108:2-3,12-20)
  • Estudo do caso: Os autores analizaram se o risco de ruptura uterina é maior em mulheres com várias cesarianas anteriores;
  • Conclusão: o ter múltiplas cesarianas anteriores não aumenta o risco de ruptura uterina e os autores salientam que o parto vaginal após cesariana (VBAC) deveria ser uma opção para essas mulheres;

Este é o resumo do estudo na sua forma original:

Risk of uterine rupture with a trial of labor in women with multiple and single prior cesarean delivery.
Landon MB, Spong CY, Thom E, Hauth JC, Bloom SL, Varner MW, Moawad AH, Caritis SN, Harper M, Wapner RJ, Sorokin Y, Miodovnik M, Carpenter M, Peaceman AM, O'sullivan MJ, Sibai BM, Langer O, Thorp JM, Ramin SM, Mercer BM, Gabbe SG; National Institute of Child Health and Human Development Maternal-Fetal Medicine Units Network.
Department of Obstetrics and Gynecology, Ohio State University, Columbus, Ohio, USA. landon.1@osu.edu
OBJECTIVE: To determine whether the risk for uterine rupture is increased in women attempting vaginal birth after multiple cesarean deliveries.
METHODS: We conducted a prospective multicenter observational study of women with prior cesarean delivery undergoing trial of labor and elective repeat operation. Maternal and perinatal outcomes were compared among women attempting vaginal birth after multiple cesarean deliveries and those with a single prior cesarean delivery. We also compared outcomes for women with multiple prior cesarean deliveries undergoing trial of labor with those electing repeat cesarean delivery.
RESULTS: Uterine rupture occurred in 9 of 975 (0.9%) women with multiple prior cesarean compared with 115 of 16,915 (0.7%) women with a single prior operation (P = .37). Multivariable analysis confirmed that multiple prior cesarean delivery was not associated with an increased risk for uterine rupture. The rates of hysterectomy (0.6% versus 0.2%, P = .023) and transfusion (3.2% versus 1.6%, P < .001) were increased in women with multiple prior cesarean deliveries compared with women with a single prior cesarean delivery attempting trial of labor. Similarly, a composite of maternal morbidity was increased in women with multiple prior cesarean deliveries undergoing trial of labor compared with those having elective repeat cesarean delivery (odds ratio 1.41, 95% confidence interval 1.02-1.93). CONCLUSION: A history of multiple cesarean deliveries is not associated with an increased rate of uterine rupture in women attempting vaginal birth compared with those with a single prior operation. Maternal morbidity is increased with trial of labor after multiple cesarean deliveries, compared with elective repeat cesarean delivery, but the absolute risk for complications is small. Vaginal birth after multiple cesarean deliveries should remain an option for eligible women. LEVEL OF EVIDENCE: II-2.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

VBAC???? SIM! é possível :)

Ter um VBAC (vaginal birth after cesarean) é possível para a maioria das mulheres. Cerca de 70-80% das mulheres que tentaram um VBAC conseguiram-no. Acima de tudo é necessário ter confiança nos nossos corpos, acreditar que é possível, ter uma gravidez saudável, ter o acompanhamento de técnicos de saúde que partilhem da mesma opinião, deixar que o trabalho de parto começe por si e não haver recurso à utilização de qualquer substância com vista a acelerar o trabalho de parto. Deixo um link muito interessante dedicado a VBAC: www.vbac.com


Fica também a experiência de parto de uma mulher que pariu o seu filho naturalmente após 4 cesarianas anteriores e que é uma maravilhosa mensagem de esperança... o texto está em inglês e pode ser lido em Birth Day .

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Recomendações da OMS no atendimento ao parto normal

A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas
  • Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/ companheiro e, se aplicável, a sua família.
  • Avaliar os fatores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal, reavaliado a cada contato com o sistema de saúde e no momento do primeiro contato com o prestador de serviços durante o trabalho de parto e parto.
  • Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto e parto, assim como ao término do processo do nascimento.
  • Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto.
  • Respeitar a escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações.
  • Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante.
  • Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto.
  • Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto.
  • Respeitar a escolha da mulher quanto ao acompanhante durante o trabalho de parto e parto.
  • Oferecer às mulheres todas as informações e explicações que desejarem.
  • Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento.
  • Fazer monitorização fetal com auscultação intermitente.
  • Usar materiais descartáveis ou realizar desinfeção apropriada de materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto.
  • Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na dequitação da placenta.
  • Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto.
  • Estímulo a posições não supinas (deitadas) durante o trabalho de parto e parto.
  • Monitorar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por exemplo pelo uso do partograma da OMS.
  • Utilizar ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou que correm perigo em consequência de uma pequena perda de sangue.
  • Esterilizar adequadamente o corte do cordão.
  • Prevenir hipotermia do bebê.
  • Realizar precocemente contato pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme diretrizes da OMS sobre o aleitamento materno.
  • Examinar rotineiramente a placenta e as membranas.

B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas

  • Uso rotineiro de enema.
  • Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos.
  • Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.
  • Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa.
  • Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.
  • Exame retal.
  • Uso de pelvimetria radiográfica.
  • Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado.
  • Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e parto.
  • Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo.
  • Massagens ou distensão do períneo durante o parto.
  • Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar hemorragias.
  • Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação.
  • Lavagem rotineira do útero depois do parto.
  • Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.

C) Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriadas

  • Método não farmacológico de alívio da dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em água e estimulação nervosa.
  • Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa d’água) durante o início do trabalho de parto.
  • Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto.
  • Manobras relacionadas à proteção ao períneo e ao manejo do polo cefálico no momento do parto.
  • Manipulação ativa do feto no momento de nascimento.
  • Utilização de ocitocina rotineira, tração controlada do cordão ou combinação de ambas durante a dequitação.
  • Clampeamento precoce do cordão umbilical.
  • Estimulação do mamilo para aumentar contrações uterinas durante a dequitação.

D) Condutas frequentemente utilizadas de modo inadequado

  • Restrição de comida e líquidos durante o trabalho de parto.
  • Controle da dor por agentes sistêmicos.
  • Controle da dor através de analgesia peridural.
  • Monitoramento eletrônico fetal .
  • Utilização de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao parto.
  • Exames vaginais freqüentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de serviços.
  • Correção da dinâmica com a utilização de ocitocina.
  • Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto.
  • Cateterização da bexiga.
  • Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário.
  • Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, como por exemplo uma hora, se as condições maternas e do feto forem boas e se houver progresso do trabalho de parto.
  • Parto operatório (cesariana).
  • Uso liberal ou rotineiro de episiotomia.
  • Exploração manual do útero depois do parto.

Fonte: www.humpar.org