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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Orgasmic birth

Imaginem como poderá ser o vosso parto... vejam este trailer.

terça-feira, 25 de março de 2008

Curso de Massagem Thai Yoga


1 a 6 de Maio

Módulo I – Gestação

A Massagem Thai durante a gravidez actua em muitos níveis e alivia os desconfortos desta fase, bem como prepara corpo para o parto. A massagem trabalha com a mobilidade e fortalecimento das articulações, actuando sobre o sistema nervoso e melhorando o sono, a digestão, diminuindo o stress e aliviando dores.
Além de fortalecer o corpo, a Massagem Thai é uma prática meditativa
que promove estados meditativos e contemplativos que estreitam os laços mãe/filho e permitem a gestante saborear uma gravidez prazerosa e saudável.
Conteúdo:
Introdução à Massagem Thai e à Yoga Massagem
Aplicação: cuidados especiais e precauções
O corpo na gravidezAromaterapia na massagem
Sequência de massagem thai no chão
Sequência de massagem com óleo aromático
Exercícios com bola suíça
Respiração e Meditação

Módulo II – Parto e Pós parto Este módulo aprofunda o conhecimento da Massagem Thai e seus recursos para o Trabalho de parto e sua recuperação. Por unir diversos elementos das grandes medicinas orientais a Massagem Thai para o parto traz o toque subtil com pressões suaves e ritmadas aliada ao poder da reflexogia e aromaterapia tradicional. Os alongamentos passivos ajudam no fortalecimento e tônus e o relaxamento profundo e meditativo essencial para uma boa recuperação pós parto, além do poder do toque em transmitir carinho e conforto para a recém mãe



Conteúdo:
Parto:Reflexologia, Aromaterapia e Yoga para o TP, Lombar e Pélvis
Massagem com Bola Suiça
Relaxamento e Respiração
Toque e suporte emocional
Dança da Vida
Pós Parto:
Recuperação 0-3 meses / 3-12 meses / Postura, Alongamentos e Consciência corporal / Cesária / Baby Blues / Lactação


Formadora:
Marjorie Sá http://www.divinasmaes.com.br/
Terapeuta corporal e bailarina. Mãe da Narayana e coordenadora do Projecto de Assistência Social Divinas Mães. Co-fundadora da Escola de Massagem Meditativa Thai Brasil.Formou-se em Massagem Thai pelo Bangkok Bodywork Trainning Center – Sukothai Open-University e Fundação Dr. Shivagokomarpaj, The Old Medicine Hospital, em 2001, ano que residiu na Tailandia estudando Massagem tradicional e prestando serviços comunitários.Aprofundou seus estudos com outras terapias como Massagem Ayurvédica, Watsu, Magnified Healing, Reiki, Yogaterapia, entre outros. Dedica-se ao estudo e pesquisa de temas da gravidez, saúde da mulher e práticas corporais na gestação e puerpério.Ministra desde 2002 aulas de Massagem Thai e Meditação e presta atendimentos individuais particulares. Coordena um grupo de estudos e pesquisa sobre a Massagem Thai e suas variações, com actividades especiais para gestantes, mulheres, crianças e pessoas na melhor idade. É praticante há mais de oito anos de Kundalini Yoga, Yoga Integral e outras Artes Corporais. Com o Programa Divinas Mães atende gestantes, mães e bebés com práticas de Massagem, Aromaterapia e Yoga na Gestação, Parto e Puerpério. Ministra cursos para profissionais e Doula, é parceira do GAMA em São Paulo.Sua escola de Massagem Thai é parceira da Embaixada da Tailândia em diverso eventos e produções como o Festival de Cultura Tailandesa de Lima em 2004, no Peru, I Festival de Massagem Thai no Brasil, em 2005 e II Festival de Massagem Thai no Brasil com a presença Profº Dr. Richard Gold, EUA, introdutor da técnica no ocidente.

Local: 4ventos http://www.4ventos.org/
Centro de retiros num vale de reserva ecológica, Casal de São Pedro, em Sobral da Abelheira, perto da tapada de Mafra


Preço
Sócios Associação Doulas de Portugal http://www.doulasdeportugal.org/
Sócios Humpar http://www.humpar.org/
350 euros ( ou 150 pagos na inscrição e os restantes 200 pagos até 15 de Abril ) - Com almoço e lanche a meio da manha e a meio da tarde incluídos
450 euros ( ou 200 pagos na inscrição e os restantes 250 pagos até 15 de Abril ) - com estadia, pequeno almoço, almoço e lanche a meio da manha e a meio da tarde e jantar incluídos
Para se fazer de sócio contacte a ADP ou a Humpar

Não sócios -
400 euros ( ou 200 pagos na inscrição e os restantes 200 pagos até 15 de Abril ) - Com almoço e lanche a meio da manha e a meio da tarde incluídos
500 euros( ou 250 pagos na inscrição e os restantes 250 pagos até 15 de Abril ) - com estadia, pequeno almoço, Almoço, lanche a meio da manha e a meio da tarde e jantar incluídos

Inscrições - catarinapardal@sapo.pt, tel-919267844

segunda-feira, 24 de março de 2008

Associação de Doulas de Portugal na Praça da Alegria

A Associação Doulas de Portugal vai estar presente na emissão da Praça da Alegria na RTP1, quinta-feira dia 27 de Março e será representada pelas Doulas Bárbara Yu, Magda Costa e Rosa Maria. O tema será a humanização do nascimento e o papel da Doula na assistência não médica na gravidez e no parto.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Workshop ginástica vaginal ( pompoar )

Workshop ginástica vaginal ( pompoar ) dia 15 de Março
das 15h ás 19h
Pompoar é o controle dos músculos circunvagais, onde a mulher que domina essa técnica ficará com a musculatura da vagina forte, sentindo e proporcionando mais prazer sexual.
O "Pompoar" surgiu no oriente, precisamente na Índia é uma técnica que existe há milhares de anos, é praticada em vários países, inclusive na Tailândia e passada de mães para filhas desde pequenas.
Tem como objectivo fazer bem à saúde da mulher e proporcionar muito prazer sexual ao casal.
A técnica do Pompoar é muito saudável, ajuda na prevenção de problemas dos músculos pélvicos, evita cirurgias de correcção de incontinência urinária, diminui a cólica menstrual, evita a queda do útero e da bexiga.
Através desta ginástica vaginal, a mulher consegue, no parto, ter o bebé com mais facilidade, tornando o parto mais rápido e uma óptima recuperação pós-parto.

local: Barrigas & bebés
Rua Comandante Augusto Alexandre Jorge
Urbanização Quinta da Memória,Lote 4
Loja Direita 2675-220 Odivelas
Tel/Fax:219317300
Telemóvel: 969 139 965
Inscrições: catarinapardal@sapo.pt telemovel: 919267844
Preço 75 euros

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Novo relatório sugere que sexo é mais seguro no hospital *

Segundo um relatório elaborado por médicos de família, terapeutas sexuais, ginecologistas e obstetras, o sexo é mais seguro quando feito sob o olhar cuidado de profissionais. "Sexo não é tão seguro como muitos são levados a crer." Diz um médico. "Todos o tipo de traumas físicos, emocionais e reprodutivos são diagnosticados a cada ano por profissionais médicos, muitos dos quais poderiam ser evitados se o sexo fosse realizado num ambiente seguro." Entre a lista de lesões / riscos relatados encontramos: danos nos mamilos, dores de cabeça, gravidez indesejada, tensões musculares, cãibras, desidratação, exaustão, propagação de constipações e vírus da gripe e mini-lacerações vaginais."Sexo deve ser feito sob a orientação de um profissional. Sexo não é instintivo. É incorrecto dizer que surge naturalmente e deve, portanto, destinar-se a pessoas sem formação específica ou pessoas inexperientes". Afirma outro colaborador. De acordo com o relatório, ter relações sexuais em meio hospitalar com o benefício de "assistência dirigida" terá como resultado uma melhor experiência para ambas as partes, e um muito maior equilíbrio na proporção risco / benefício para aqueles que querem controlar e fazer as suas escolhas no que diz respeito ao planeamento familiar. O relatório afirma que ter acesso a coisas como "máscaras" para reduzir a propagação da constipação e vírus da gripe e profissionais médicos para responder às perguntas ou assumir o comando no caso de algo não correr de acordo com o planeado, proporciona aos jovens uma tranquilidade e segurança que não poderiam encontrar no domicílio. "Por exemplo: Se um casal está no hospital a tentar conceber um bebé e eles enfrentam uma disfunção sexual por parte da mulher, existe um terapeuta sexual em stand-by pronto para lhe prestar aconselhamento. E se ela não tiver capacidade para relaxar e produzir lubrificação suficiente para ter relações sexuais sem dor, temos uma epidural pronta e um ginecologista na hora, de luvas calçadas e pronto para inserir a lubrificação, conforme necessário. É o cenário ideal! " "Ter relações sexuais em casa não é apenas irresponsável porque coloca em risco diversos aspectos físicos, é também ridículo. Porquê escolher fazê-lo de forma tão pouco civilizada, quando o hospital oferece uma alternativa melhor? "Declarações de um Director de Serviço de Obstetrícia. Quando questionados sobre os riscos de contraír doenças sexualmente transmissíveis, doenças mais perigosas como Staph, outras doenças que se desenvolvem em meio hospitalar e doenças resistentes, os participantes garantiram-nos que não havia mais riscos do que em qualquer outro internamento hospitalar. Quando questionados sobre "necessidades emocionais", e "criar o ambiente", factores que se tem verificado que aumentam naturalmente a resposta sexual da mulher e a aprontam para a intimidade e a concepção, os médicos responderam desta forma: "À medida que as mulheres começam a ver como benéfica esta nova maneira de conceber filhos e partilhar a intimidade sexual com os seus parceiros, elas irão alterar as suas expectativas e adaptar-se de forma a responder e colaborar da forma que desejamos. E se não o fizerem, nós estaremos lá para garantir que tudo decorre “de forma tranquila". Também é importante lembrar que não são as necessidades do indivíduo que importam nesta situação, mas o sucesso global da sua escolha em ter relações sexuais de forma responsável e inteligente".

* Trata-se evidentemente de uma paródia sobre o que tem vindo a acontecer com o nascimento, um processo natural que deve claramente ser dirigido pela mulher, e que se tornou num campo fundamental da defesa dos Direitos Humanos. Se nos rendemos e entregamos os nossos direitos sobre o nosso corpo e as nossas escolhas no que diz respeito à nossa saúde ... o que virá depois?!

Texto original de: Marci Macari (http://www.shebirths.com/shebirthstheblog/)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Menos cesarianas, mais qualidade

2007/11/26Pais&Filhos
Maria João Amorim

Valores baixos de partos cirúrgicos correspondem a bons serviços de saúde, números altos são sinal de cuidados dúbios. É essa a convicção da natureza e da ciência. Portugal detém uma das mais elevadas taxas de cesariana da Europa.
«Como é que uma maravilhosa intervenção de salvamento se tornou um modo banal de nascer?», interroga-se o famoso médico francês Michel Odent, para muitos um filósofo do parto, no seu mais recente livro dedicado à técnica que ele próprio ajudou a trazer ao mundo, a cesariana.


Odent, cirurgião de formação, foi um dos primeiros médicos a realizar partos cirúrgicos com segurança, tendo, por isso, acompanhado de perto a história da cesariana nos últimos 50 anos. No livro «A cesariana: operação de salvamento ou indústria do nascimento?» (editado em Portugal pela Miosótis), o especialista apresenta uma visão muito crítica sobre a forma como se nasce actualmente, atirando questões lapidares: «porque é que há sítios onde os nascimentos por cesariana são menos de 10 por cento e outros em que são mais de 50 por cento?» ou «que sabemos nós das consequências a longo prazo do nascimento por cesariana?».

O tom é de censura, mas Michel Odent conhece bem as virtudes do recurso ao bisturi durante o parto. Tão bem que não subscreve a vulgarização da técnica. Não se trata, afinal, de uma operação de salvamento?...

Vulgar é o adjectivo correcto para classificar o parto por cesariana actualmente. Em 2005, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 34,7 por cento dos bebés em Portugal nasceram numa sala de operações. Em números concretos: 37 194 cesarianas foram realizadas nos hospitais e maternidades portuguesas.

Um número superior à media europeia, situada nos 27-28 por cento, e substancialmente mais elevado do que a taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ¿ 10 a 15 por cento.

A tendência é para o aumento do número de nascimentos por cesariana, afirma o presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, Luis Graça. Assim aconteceu nos EUA e na Europa, assim acontecerá em Portugal. Por vários motivos, sublinha o responsável.

O «risco de litigância judicial» é um deles: «Quando ocorre um incidente intra-parto, com repercussão sobre a vitalidade do recém-nascido, juízes e advogados têm sempre como primeiro argumento acusatório o facto de os médicos não terem optado pela cesariana.»

A vontade das mulheres é outro: «Cada vez mais as grávidas solicitam que seja praticada uma cesariana electiva para não terem de passar pelo incómodo do trabalho de parto - na Austrália, uma em cada dez cesarianas já é feita por expressa decisão da grávida e em Portugal isso é cada vez mais frequente», afirma Luis Graça.

De facto, o número de partos cirúrgicos não tem parado de aumentar em Portugal. Em 2002, a cifra atingiu os 30,5 por cento. Um ano depois, nova subida para 32,3 por cento. E em 2005, a taxa de cesarianas alcançou o expressivo valor de 34,7 por cento, o mais alto de sempre e um dos maiores a nível europeu. Países como o Reino Unido e a França detêm taxas substancialmente inferiores: 23 e 19,6 por cento respectivamente.

Baixar os números com segurança
A redução das taxas de cesariana é considerada pela OMS um indicador de qualidade dos cuidados de saúde materno-fetais. Médicos e enfermeiros em Portugal têm contestado os valores nacionais e alguns hospitais já desenvolveram estratégias para diminuir o número de nascimentos cirúrgicos.

É o caso da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, a braços com uma taxa de cesarianas de 34 por cento em 2006. O trabalho já começou. De acordo com Clara Soares, coordenadora da Urgência, está a ser feito um «levantamento exaustivo» de todas as cesarianas realizadas na urgência da maternidade no ano passado com o objectivo de perceber, em concreto, as razões que levaram à opção pelo parto cirúrgico.
O estudo ainda não está totalmente concluído, mas a tomada de consciência desses motivos por parte dos profissionais já teve um efeito nos números de 2007: nos primeiros seis meses, a taxa de cesarianas não chegou aos 30 por cento (29,8), um valor bastante inferior ao registado no mesmo período em 2006 ¿ 34,6 por cento.

«Mesmo que suba, a taxa deste ano já é melhor do que a do ano passado», afirma Clara Soares, que encara a redução do número de nascimentos cirúrgicos na MAC como uma «prioridade».

A médica faz questão de sublinhar que nenhuma cesariana foi evitada pondo em causa a saúde do bebé: «A taxa de complicações decorrentes do parto mantém-se dentro dos valores de referência internacionais. Este ano tivemos até um número ligeiramente inferior.»

O grande conjunto de cirurgias identificado, esclarece Clara Soares, ocorreu na sequência de induções de parto sem indicação clínica. Uma intervenção que, feita numa altura em que o colo do útero ainda não está suficientemente maduro, pode ter como desfecho a cesariana por dificuldades na progressão do parto.

O receio com o bem-estar do bebé foi outro dos motivos frequentemente invocados para realizar uma cesariana. A MAC adquiriu recentemente um novo sistema de monitorização fetal que permite uma avaliação mais fidedigna do estado do bebé. A redução do número de cirurgias verificada este ano é um sinal da sua eficácia.

«Banalizou-se a ideia de que a cesariana é uma panaceia, mas é preciso não esquecer que estamos a falar de uma grande cirurgia, associada a índices de mortalidade e morbilidade mais elevados do que no parto normal», critica Clara Soares.

Do lado das mulheres, também há responsabilidades: «Já não é só uma questão de fugir à dor, é também um problema de tempo. As mulheres têm hoje a vida muito programada, não querem trabalhos de parto muito longos. É uma 'perda de tempo' estar muitas horas à espera que o bebé nasça.»
Até onde pode baixar a taxa de cesarianas na MAC? Para já, até aos 30 por cento, diz Clara Soares. «Novas metas, só depois de concluída a avaliação dos casos registados em 2006.»

Até aos 25 por cento e mais além
Mas é a Norte que está o maior exemplo da redução segura da taxa de cesarianas. Desde 2001 que os responsáveis do Hospital de São João (HSJ), no Porto, estão preocupados com esta questão. Os 36,5 por cento de cesarianas registadas nesse ano foram o ponto de partida para a mudança.

Nunca o hospital tinha registado um valor tão alto de nascimentos na sala de operações. Diogo Ayres de Campos, director da Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do HSJ explica que o primeiro passo foi a distribuição pelos profissionais de um documento a chamar a atenção para os riscos do parto cirúrgico.

«Seguidamente, instituímos a discussão diária de todos os casos ocorridos na urgência e a apresentação pública do número de cirurgias por equipa.» Primeiros resultados, um ano depois de arrancar com estas medidas organizativas: a taxa de cesarianas desceu praticamente dez pontos percentuais.

Diogo Ayres de Campos recorda as discrepâncias «chocantes» registadas na altura entre as várias equipas da urgência: «Umas apresentavam taxas de cesariana de 16 por cento e outras de 42 por cento...» A crítica solta-se das suas palavras: «Por vezes, o hospital é uma extensão do consultório privado.»

Actualmente, o HSJ regista uma taxa de partos cirúrgicos de 27,2 por cento, mas a meta é chegar aos 25 por cento. Uma fasquia que Diogo Ayres de Campos considera «perfeitamente» atingível. Basta apenas que a postura dos profissionais seja um pouco mais «colectiva». Sendo certo, no entanto, que para haver uma redução efectiva do número de cesarianas, a mudança «tem de vir de cima».

Já Luis Graça não acha «excessivamente importante a preocupação com a baixa 'forçada' do número de cesarianas».

O médico ressalva que o incremento da taxa de partos cirúrgicos foi paralela à diminuição da mortalidade e morbilidade perinatal, «cujos níveis portugueses são dos melhores do mundo». Acredita, no entanto, que «com alguma pedagogia», a taxa de cesarianas possa baixar dois a três pontos percentuais.


Preocupação científica
É preciso bem mais do que pedagogia, diriam os investigadores canadianos que conduziram um estudo retrospectivo sobre estratégias para baixar eficazmente o número de cesarianas sem pôr em causa a saúde de mães e bebés.

«A taxa de cesarianas pode ser reduzida com segurança se os profissionais de saúde analisarem e modificarem as suas práticas», escreveram os cientistas na edição de Março da revista Birth. A preocupação com a taxa canadiana de nascimentos cirúrgicos - 22,5 por cento em 2002, o valor mais alto de sempre - foi o mote da investigação.

«A identificação das grandes barreiras a remover é a chave do sucesso», acrescentam os investigadores, que elegeram a auditoria dos números de cirurgias como uma das bases sobre a qual deve assentar a mudança. O resto, depende de estratégias multifacetadas. Certo é que é possível baixar o número de cesarianas praticado actualmente. Sem medos.

Plano Nacional de Saúde estipula redução até aos 20 por cento
É mais um exemplo de medidas que não saem do papel. O Plano Nacional de Saúde, lançado em 2004, estipula que, até ao final da década, a taxa de cesarianas em Portugal deve ser reduzida para 20 por cento. O plano determina também que o número de cirurgias deve ser contemplado nos indicadores de qualidade utilizados para monitorizar o desempenho dos hospitais.

A dois anos do final do prazo, o número de partos cirúrgicos não só não diminuiu como escalou progressivamente. Portugal detém uma das mais elevadas taxas de cesariana da Europa - 34,7 por cento. Muito superior aos 23 por cento verificados no reino Unido ou aos 22 por cento registados em Espanha.

Luis Graça, presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, diz que existe uma recomendação oficial do Ministério da Saúde para que a taxa de cesarianas não exceda os 30 por cento.

O responsável sublinha que este tema será alvo de discussão no seio da nova Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal e que, na reunião que terá lugar em Dezembro, irá propor a formação de um grupo de trabalho para elaborar um relatório sobre o assunto no prazo de seis meses.
Os números do privado
Sobe para o dobro a percentagem de cesarianas efectuadas no sector privado em Portugal. Em 2005, nas unidades privadas de saúde, mais de 65 por cento dos bebés nasceram na sala de operações.

Há mesmo instituições onde a taxa de intervenções cirúrgicas no parto é superior a 85 por cento. A maioria das cesarianas são realizadas por indicação prévia. Uma vez que os obstetras que assistem partos no sector privado raramente estão inseridos numa equipa, a direcção do hospital não tem margem para impor normas ou protocolos. Cada um faz o que quer. E muitas vezes, a sintonia entre grávida e médico é perfeita. Todos os caminhos vão dar à cesariana.

http://www.paisefilhos.iol.pt/artigo.php?id=884605&div_id=3629

quarta-feira, 28 de novembro de 2007